SENHORA DA ORADA
VENERADA PELO POVO DE ALBUFEIRA
As festividades em honra de Nossa Senhora da Orada constituíram, mais uma vez, profunda e pública manifestação de fé cristã e filial devoção do povo de Albufeira à Mãe de Cristo.
O ponto alto das celebrações foi a procissão pelo mar, com o andor de Nossa Senhora e os outros símbolos da Igreja Católica transportados em barcos de pescadores, acompanhados de milhares de fiéis em embarcações e ao longo da cidade, em esplanadas, varandas e arribas - em tudo o que era lugar.
50 ANOS DE SACERDÓCIO
DO NOSSO PADRE ROSA
Durante a solene eucaristia que antecedeu o cortejo, calebrada na ermida de Nª. Sª. da Orada, repleta de fiéis, que se estenderam pelo adro e alas adjacentes, foi festivamente assinalada a comemoração das bodas de ouro sacerdotais do nosso pároco, ordenado presbítero na Sé-Catedral de Faro a 14 de Agosto de 1960.
Participou na cerimónia Sua Excelência o Presidente da República, Professor Doutor Cavaco Silva, que, em gozo de férias na sua casa de Albufeira, fez questão de se associar à efeméride, fazendo-se acompanhar da esposa, Drª. Maria Cavaco Silva.
Presentes, também, os presidentes da Câmara e da Assembleia Municipal de Albufeira e esposas e o presidente da Junta de freguesia local.
Em momento próprio, usaram da palavra o presidente da nossa Associação de Acólitos Beato Vicente de Albufeira, Raul Coelho, o padre e professor universitário dr. António Martins e o cónego Gilberto, ambos do presbitério da Diocese do Algarve.
Ao homenageado foi entregue pelo padre e também professor universitário dr. Abel, da Diocese de Vila Real e que anualmente passa férias em Albufeira, prestando colaboração pastoral à nossa Paróquia, uma bênção papal emitida por mandato expresso de Sua Santidade o Papa Bento XVI.
Para além de grande número de membros da nossa comunidade, participaram na cerimónia familiares do P. Rosa vindos expressamente para o efeito.
No final, visivelmente emocionado e, por isso, impedido de proceder à leitura, o nosso querido prior pediu ao padre António de Freitas (o nosso Toni) que proclamasse a Oração que trazia preparada para a ocasião e que a seguir transcrevemos na íntegra:
ORAÇÃO DE ACÇÃO DE GRAÇAS
Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, origem de todos os dons, mistério de amor e de santidade, fonte da beleza e de toda a graça, família divina que nos acolhe como filhos adoptivos, e nos concede a plenitude da verdadeira humanidade;
Diante do altar de Nossa Senhora da Orada, Vossa Mãe, Filha e Esposa, na companhia destes irmãos e amigos ; e amparado pelo seu carinho maternal, ouso dirigir-me a Vós, Deus e Senhor, agradecido pelos inumeráveis dons que me tendes concedido ao longo dos cinquenta anos de sacerdócio, que hoje se completam.
Foi na Sé Catedral de Faro, a esta hora, no dia 14 de Agosto de 1960, que tive a profunda alegria de receber a graça da Ordenação Sacerdotal das mãos do Bispo do Algarve, D. Francisco Rendeiro. Nesse dia me consagrei totalmente ao Vosso serviço, para o bem espiritual do vosso Povo.
Não tenho palavras que possam justamente enaltecer a magnanimidade do vosso amor e da vossa misericórdia . Ao longo destes cinquenta anos, sempre contei, Senhor, com o vosso apoio e a vossa graça, apesar da minha insignificância e dos meus inumeráveis pecados e fragilidades. Mistério insondável do vosso Amor… Assim o tendes feito também a tantos outros, ao longo da história. Não esqueço, Senhor, a Palavra que dissestes a Paulo “ basta-te a minha graça”. Confio em Vós, meu Deus. Obrigado, Senhor.
Agradeço-Vos também, Trindade Santíssima, todo o bem e todas as graças que derramaste por meu intermédio sobre aqueles e aquelas que se cruzaram comigo nos caminhos da minha vida de sacerdote.
Agradeço de modo muito particular a poderosa intercessão de vossa Mãe e nossa querida padroeira, Nossa Senhora da Orada, que o povo de Albufeira venera há mais de cinco séculos . Por sua intercessão tendes derramado as vossas bênçãos sobre os nossos pescadores e suas famílias, os homens e mulheres do campo, os emigrantes, os doentes e necessitados, e particularmente as crianças, jovens e casais.
Agradeço, Trindade Santíssima, a família que foi o meu berço primeiro. Gente simples e honesta. Honrada e trabalhadora. Com cinco filhos. Lutando pelo pão, na terra e no mar. Onde nunca faltou o indispensável para se viver dignamente.
Recordo e agradeço o apoio do pároco que me baptizou e meu deu Jesus na Comunhão . Também a minha primeira e única catequista, mãe dos pobres da minha terra, apóstola da oração e da palavra, exemplo que encheu a minha vida de criança e de jovem. E me amparou no caminho para o sacerdócio.
Como não agradecer igualmente os professores e superiores dos três seminários onde estudei, em Faro, em Almada e nos Olivais? E todos aqueles sacerdotes e leigos que durante estes cinquenta anos colaboraram comigo em Lagos, em Faro e particularmente em Albufeira, há quase 42 anos?
Quanto lhes devo… Quanto lhes devem as comunidades que tenho servido… Senhor Deus, agradeço-vos de todo o coração terdes posto no meu caminho tantas pessoas generosas e amigas, que sabem acolher, escutar e colaborar, porque o padre, para ser fiel à sua missão precisa de Vós, Senhor, mas também do apoio, estímulo e carinho da sua comunidade, porque é um ser humano, sensível e frágil.
Agradeço-vos , Senhor Deus, em união com Maria, a Senhora do Magnificat, a amizade e colaboração sacerdotal dos meus irmãos no sacerdócio, particularmente aqueles que cuidaram comigo da formação sacerdotal dos jovens no seminário em Faro. Os que me ajudaram nas lides pastorais em Albufeira. E aqueles sacerdotes que, no Verão, há vários anos, colaboram na pastoral do turismo.
Recordo, Senhor Jesus Cristo, cabeça invisível do Corpo Místico que é a Igreja, o Bispo D. Marcelino que me recebeu no Seminário de Faro . Era eu uma criança. E o Bispo que me nomeou pároco de Albufeira, D. Júlio Rebimbas. Tal como recordo com saudade o Bispo D. Ernesto que iluminou a Vossa Igreja do Algarve com a sua bondade e santidade. E também o bispo emérito do Algarve, D. Manuel Dias, pastoralista de renome e grande mestre da Tua Palavra.
Agradeço-vos, Trindade Santíssima, a valiosa colaboração dos familiares e amigos que me têm acompanhado e servido na casa paroquial. E também o inestimável serviço eclesial de quantos servem o vosso altar, na liturgia, no canto, no acolhimento que se faz nas igrejas e no seu embelezamento, na catequese infantil, no escutismo, nos serviços de cartório, nas várias associações e movimentos da paróquia, no apoio aos pobres e doentes, nas equipas de preparação de jovens e adultos para os sacramentos , e na divulgação das actividades paroquiais.
Agradeço-vos ,Senhor, a cooperação amiga das nossas autoridades locais, naquelas actividades que a paróquia promove e que visam o bem comum deste povo que todos servimos.
Peço-vos, Senhor, e a vós, meus irmãos, a vossa compreensão e a vossa benevolência para os meus pecados e debilidades, que me têm impedido de ser o pastor que todos desejais.
Peço-vos também a vossa oração e a vossa ajuda fraterna, queridos paroquianos e amigos, para que eu seja um sacerdote segundo o Coração de Jesus, em todos os dias da minha vida.
AMEN.
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